TEMPO DO FIM






Um homem invadiu uma escola municipal em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e abriu fogo contra os alunos na manhã desta quinta-feira. Numa tragédia sem precedentes na história do país, onze crianças morreram, sendo dez meninas e um menino. O atirador também morreu. Ao todo, doze meninos e seis meninas foram feridos pelos tiros. O total de vítimas foi informado pelo secretário de Saúde do Rio, Sérgio Cortez.

O homem teria se suicidado com um tiro na cabeça ao se ver cercado pelos policiais. Segundo o relações-públicas da PM, coronel Ibis Pinheiro, os agentes trocaram tiros com o invasor ao chegar à escola. Ele correu e, ao ser imobilizado pelos PMs, conseguiu pegar a arma e atirar contra si. O comandante do 14º BP (Bangu), coronel Djalma Beltrame, informa que o atirador já foi identificado: trata-se de Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos. Ele seria um ex-aluno do colégio.

O subprefeito da zona oeste, Edmar Teixeira, informou, pouco depois de deixar a escola, que o assassino contou na carta que havia acabado de saber que era portador do vírus HIV. Teixeira conta ainda que na carta o criminoso afirmava ser simpatizante de fundamentalistas religiosos – sem dar mais detalhes. Testemunhas contaram que Wellington chegou à escola afirmando que daria uma palestra aos alunos. Ele se dirigiu a uma sala de aula da 8ª série, repleta e alunos com idade entre 12 e 14 anos, e, sem dizer nada, começou a atirar.

Com o assassino foram encontrados dois revólveres e munição. Ele tinha ainda um carregador capaz de municiar as armas com rapidez – um equipamento que exige treinamento para ser utilizado. As informações no local são de que foram disparados mais de 100 tiros. O assassino foi encontrado entre as escadas do segundo e do terceiro andar. Ele se matou antes de atingir o terceiro pavimento, onde ficam as crianças menores. Wellington estava com botas e calça pretas, uma camisa verde e um cinturão para carregar munição de escopeta.

As vítimas foram levadas para Hospital Albert Schweitzer. Alguns feridos precisaram ser socorridos em carros particulares, já que a demanda superou o número de ambulâncias enviadas ao local.


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